domingo, 26 de outubro de 2014

Viva a democracia!

Estamos vivendo a tensão pré-resultado de uma das campanhas mais acirradas da história, após diretas já, não me recordo se havia essa expectativa na de 1989, já que a atual, ultrapassou a passos largos o "vale tudo", adotado por ambas.

A razão não se dá apenas pela disputa em si, mas pelas mudanças sociais e tecnológicas, o mundo não estava interligado através das redes sociais, local onde não há alguém que imponha o que deve ser seguido, respeitados (nem sempre), os devidos limites, todos podem se expressar livremente e dá-lhe informações.

Whatsapp, Telegran, são ferramentas ainda mais livres, já que há formação de grupos e não há platéia externa, como ocorre com facebook, instagram, twitter. O poder que a mídia controlava totalmente, foi diminuído através dessa nova plataforma que interliga todos, independente de onde esteja, basta fazer parte da rede e ter acesso a um ponto de internet.

O destaque farei em outro aspecto, primeiro alguns dos reflexos sociais das campanhas eleitorais, na ânsia da disputa, desenvolveram o sentimento de disputa entre classes, credos, orientação sexual, cor da pele, enfim, foram várias a variáveis adotadas, não sei ao certo quando iniciou, me vem a mente a mulher que reclamou do metrô e o acesso as pessoas "diferenciadas" que iriam invadir um bairro nobre de São Paulo. Posteriormente me recordo do Lula e sua revolta contra a "elite branca" que vaiava Dilma nos estádios e seguiu-se para as eleições de fato.

Li um texto enviado por uma professora sobre a divisão que ocorreu no nosso país e como será difícil para quem vença essas eleições. Fato que inegável. Não importa a escolaridade da pessoa, seu QI, mas há uma tendência a alimentar essa questão que um lado estão os pobres e do outro os ricos. Me questiono se Lula, seus filhos, a própria Dilma, sua filha, votaram na oposição? Já que somente os ricos votam na oposição.

Acompanhei o debate atentamente e fui comentando ao longo do tempo, assim como não deixei de seguir no Twitter alguns petistas que moram no meu coração e deles não abro mão, confesso que alguns eu silenciei, mas não os mais ferrenhos, esses que vão para cima, que lutam, acreditam, além de bons sentimentos, tem meu respeito e admiração. Quem luta e se mostra de maneira clara, dificilmente irei me distanciar, gosto de quem é de verdade, se mostra sem medo, não gosto dos sonso ou aqueles que dão tapa e escodem as mãos.

Ao ver Dilma responder no debate sobre as questões de corrupção, entendi, adotaram o discurso: Se o seu fez e ninguém foi preso ou reclamou, o que justifica que queiram que eu puna os meus? Fica claro que não entenderam que o ecoado era: Se conseguirem provar que houve crime do lado de cá, oposto ao PT, puna! Ninguém quer que passem as mãos na cabeça de quem errou! Mas não adianta argumentar, não querem entender.

O que alguns não aceitam é que há um desgaste muito grande por parte do Governo da Dilma, pelos recorrentes casos de corrupção, fraudes e a inflação se instalando em nosso orçamento, de forma contínua.

Hoje a abstenção obviamente será maior, porquê eu afirmo? Porque não houve eleições estaduais em todos os Estados, aliás, 13 e mais o DF. Não haverá o "fator econômico", como no primeiro turno, onde contratam militância, há maior envolvimento da população e é também seduzida pela "compra de votos" de maneira mais ostensiva, seja por parte dos candidatos a Deputado Estadual, Federal, Senador e Governador. Será um dos fatores que irá pesar no resultado final.

Dilma também não foi feliz nas suas colocações no debate, desastrosas as respostas aos indecisos. Há uma reclamação por parte dos mais esclarecidos, não trataram das questões econômicas, ontem assisti no Globo News, Cristiana Lobo indagou Aécio e salvo engano, Armínio Fraga, os motivos para pontos como a economia externa (que inflencia investidores e o mercado), economia interna, reforma tributária, não foram exploradas, já que o atual Governo não conseguiu administrar e caminhou o país para caminhos espinhosos: A maioria da população, não iria entender o que estava sendo tratado, entendem apenas a palavra: inflação.




É isso, a "massa", quem de fato decide as eleições, não tem conhecimento suficiente para entender sobre assuntos extremamente relevantes e que há reflexos internos, do que ocorre na economia externa. Aliás, outro aspecto social que fica explícito e ainda não houve percepção clara por parte da direita (já escrevi a respeito em outro texto), a direita tem uma abordagem muito técnica, culta, para o povão.

O candidato que usa o vernáculo mais formal, não atinge a massa, não há identificação, aproximação. Lembro que na minha formação, ouvi de uma professora de português e foi reforçado por outra quando iniciei esse blog: Se quer ser entendida, não escreva de forma que apenas você entenda, mas que pessoas que não a conhecem, consiga captar sua mensagem. 

Não difere da política, após Lula, o eleitorado mudou, foi mais uma transformação social que devemos a ele, aquele formalismo excessivo, que acho bonito e necessário em eventos formais, não deve ser levado para palanques, comícios e debates. Ao meu ver, deveriam se portar como FHC em eventos formais e Lula quando envolve o povo. Escrevo sem intenção alguma de desmerecer Lula ou o povo, quem me conhece sabe que ao vivo, se há intimidade, sou Lula.

Aécio foi bem no debate, ainda que tenha melhorado muito, do início da campanha, em alguns momentos eu percebia: Quem acompanha política, sabe do que ele fala, quem não acompanha, não entendeu. Outra, ele tem muitas informações, sabe muito, por vezes não aprofundou o suficiente e em alguns momentos, usou o linguajar de tribuna e não o informal. Trocando em miúdos, ele é superior a Dilma na oratória, inegável.

Espero que Aécio vença, votei, torci e militei para ele nos dois turnos, mesmo quando pediram para eu apoiar Marina, pedido de pessoa que dificilmente eu negaria atender, mas acreditei nele, mesmo sabendo que independente de quem entrar, será difícil, o próximo ano não será um ano fácil, não faço idéia quanto tempo para o país, a economia, saúde e educação, melhorar.

Acima de partidos e candidatos, torço para o Brasil, para que possamos, de fato, conseguir crescer e desenvolver nosso povo com saúde, educação, trabalho, moradia, esporte e muita cultura! Estes dois últimos fazem grande diferença e infelizmente não vejo grandes investimentos.

Que tenhamos todos um futuro melhor!



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