segunda-feira, 29 de junho de 2015

A mentira do Ministro Joaquim Levy

No último dia 26, sexta-feira, o da Fazenda, Joaquim Levy, deu entrada no Hospital do Coração, após às 22 h, em Brasília. O diagnóstico, sofreu embolia pulmonar. O ministro não embarca para Washington, amanhã, 27, sábado,  às 9h,  com Dilma Rousseff.

Foi a notícia que inundou as redes sociais durante a noite e manhã de sábado. A preocupação, como tentar atrair investidores para o país, sem o ministro da Fazenda, deixar nas mãos de Dilma, seria sepultar o país de vez na economia junto ao EUA, além da dificuldade na comunicação, após os recorrentes escândalos que envolve seu governo, ela não goza de credibilidade, basta ler as notícias que repercutiram nos renomados jornais do EUA. Ministro Levy, internado

Joaquim Levy goza de credibilidade o âmbito da economia internacional, sua história o credencia. Sobre suas medidas fiscais, são necessárias, se Aécio tivesse ganho, também teria que fechar as torneiras e afirmava em campanha, enquanto Dilma dizia que não faria, a única crítica que dispenso ao Ministro, é o fato de apenas o povo pagar pela crise, não há real cortes nos gastos do Governo, os cabides de emprego permanecem, assim como a quantidade absurda de Ministérios. Ainda assim, nutro admiração pelo profissional, ele assume de fato, compromisso com a missão que lhe é dada.

Pois bem, mas o Ministro mentiu ao dizer que o médico havia liberado para a viagem, mas o médico foi procurado posteriormente e se pronunciou, o Ministro não foi liberado para a viagem a Washington, já que quem é acometido por embolia pulmonar, não deve voar, inclusive correndo risco de morte. Mas o que isso significa? Para muitos pode achar ou justificar que não passa de uma pequena mentira, sim, se os princípios e cultura do EUA, fossem os mesmos do Brasil, onde o "jeitinho brasileiro" impera.

Não me venham com o argumento de "síndrome de vira-lata", além do argumento ser raso, o foco não sou eu, mas a análise que irei discorrer. Muitos de nós precisam de mais racionalidade para fazer análises e não atacar o interlocutor, é tacanho e não há construção de nenhum pensamento útil. Dito isso, passo agora a discorrer sobre o fato de que a cultura do EUA difere na nossa no aspecto do "valor da palavra", a mentira é condenável e suscitarei um caso famoso para ilustrar a situação e  melhor entendimento.

Morei durante trinta dias em Nova York, eu e meu marido fizemos um curso de imersão em inglês, que recomendo. Moramos no Broklyn e estudávamos no Empire States, em Manhattan. Além da língua, o objetivo era viver a cultura local, entender como funcionam e após o curso, voltamos ao EUA três vezes. A última esse ano, fomos conhecer a capital do pecado, Las Vegas. Após todas essas experiências, asseguro a vocês, mentira no EUA, não há lucro que salve!

Bill Clinton, como nos disseram várias vezes, americanos de diferentes regiões e classe social, o problema no escândalo da Mônica Lewinsky, não foi o caso extraconjugal em si, mas o fato do Presidente, em sua justificativa inicial, ter mentido à nação, ao negar a relação de felação ocorrida. Sei que é difícil para alguns entenderem que um país seja rígido no assunto, sem conhecer e ter vivenciado sua cultura, mas posso lhes garantir, ainda que Obama e americanos mintam, como todo ser humano, esse tipo de "mentirinha" do Ministro, pode ter reflexos negativos, o que no momento, não precisamos. Eles não aceitam!

O que causa indignação na atitude do Ministro Levy, que provavelmente conhece a cultura do EUA, homem vivido, viajado, inteligente, ao fazer uma declaração falsa e que pode ser desmentida facilmente. Caso tivesse declarado algo como: O médico não me liberou, mas sei da importância dessa viagem e atender os interesses do Brasil, estão acima dos riscos que eu possa vir a correr. 
Pronto! Talvez surgisse até um herói nacional. Louvável, altruísta e comprometida, a decisão que tomou em não atender a orientação médica, colocou o compromisso com a nação em primeiro lugar, digno de todos os reconhecimentos e a mentira da liberação médica, desnecessária e perigosa.

Ainda mais quando o ex-presidente do Brasil, Lula Brahma, soltou aos quatro ventos que Dilma mentiu para o povo brasileiro para conseguir se reeleger. Não irão faltar especulações entre os americanos, diante dos escândalos, principalmente da Petrobrás, que empresas americanas moveram ações contra e exploram exaustivamente nos noticiários. Avaliem se um ex-presidente americano, vem a público dizer que o atual presidente, que ele criou, subiu nos palanques para pedir voto, mentiu para os americanos, para conseguir vencer uma reeleição?! Quem tem a mínima noção da cultura deles, sabe que talvez ficasse até inviável continuar a governar.

Dilma por sua vez, também não fez a lição de casa, poderia ter sanado as pendências, no mínimo absurda a falta de repasse aos estudantes que estão no Ciências Sem Fronteiras, da "Pátria Educadora", no EUA. Mais de U$ 300 milhões do primeiro semestre desse ano e U$ 40 milhões do segundo semestre do ano de 2014. Dilma foi advertida pela Casa Branca que tal questão poderia tornar-se pública e prejudicar a visita e o encontro com Obama, no salão oval, amanhã, 30.

A mentira do Ministro poderia não ter tamanha relevância, ainda que naquele país, mentira seja considerada e punida como crime, mas diante de todo o contexto político internacional e os problemas que o Brasil vem enfrentando, é apenas mais um ponto, que somado ao todo, pode complicar ainda mais as questões do país, diante da economia internacional. Lula já apregoou a Dilma a pecha de mentirosa, ela por sua vez, deve ao EUA em um projeto de educação, vindo de um país onde o lema é "Pátria educadora", logo, caloteira e vem o Ministro que vai tentar vender "confiança" aos investidores, negar as palavras do médico que o atendeu, oi? Estamos nos tornando uma piada esquizofrênica e sem nenhuma graça.

Ao contrário que se possa vir a pensar, não estou no time do "quanto pior, melhor", afinal vivo no Brasil e o que afeta o país, há reflexos direto na vida de todos os brasileiros. Mas não é por essa razão que irei ignorar o passo errado que o Ministro, assim como Dilma e Lula, tenham dado.

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